Incomunicação e cultura do ouvir

Resumo

A convivência com aparatos comunicativos de características nulodimensionais, descrita por Vilém Flusser, desafia-nos à reflexão sobre a sensorialidade dos corpos. No contexto contemporâneo, caracterizado pelo enfraquecimento dos vínculos comunicativos, o estudo dos chamados meios de comunicação permanece limitado quando não são considerados os horizontes da experiência corpórea. Em busca de pistas para a potencialização dos processos de vinculação, observamos alguns aspectos da cultura do ouvir e, na linha de Dietmar Kamper, pensamos na possibilidade de se questionar a fixação espacial do olho, reforçando-se as capacidades do ouvido.