Mulheres e Covid-19: uma análise discursiva sobre a cartilha do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

Maíra Teixeira Ferrari, Mariana Ramalho Procópio

Resumo


Este artigo analisa os imaginários sociodiscursivos sobre mulheres e feminilidades na cartilha Mulheres na Covid-19, elaborada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do Governo Federal do Brasil, em 2020. Por meio de uma análise discursiva semiolinguística, identificamos um imaginário de feminilidade, essencialmente demarcado na figura da mãe, responsável pelos filhos e pelo trabalho doméstico. Acrescenta-se a este imaginário representações hegemônicas de feminilidade: delicadeza, emoção, instabilidade, impulsividade e insegurança. Ademais, identificamos uma tendência de infantilização das mulheres, ao encontrarmos estratégias discursivas de simplificação do conteúdo, principalmente relacionado ao contexto do mercado de trabalho. Por fim, observamos a construção do discurso organizacional do Ministério como agente detentor e simplificador do conhecimento que, além de reforçar um ideal de feminilidade, naturaliza relações de violência, ao silenciar tal discussão.


Palavras-chave


pandemia; gênero; imaginários sociodiscursivos; feminilidade; discurso organizacional

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