Jornalismo e violência contra mulheres: o livro-reportagem do #MeToo e o sentido político da quebra de silêncio

Lais de Mello Rocio, Rafael da Silva Paes Henriques

Resumo


Este artigo discute alguns dos entendimentos de objetividade jornalística, buscando caracterizar esse importante princípio não como a negação da subjetividade, mas como sendo o compromisso com a dimensão factual dos acontecimentos. Em um segundo momento, apresentamos aspectos da epistemologia feminista que reforçam a potência da subjetividade. Em vez de polo que pode substituir a objetividade na determinação dos acontecimentos, apropriamo-nos da perspectiva feminista para um entendimento da subjetividade, justamente como condição de possibilidade para uma correta interpretação dos fatos de interesse jornalístico. Por último, por meio da metodologia do enquadramento (ENTMAN, 1993), descrevemos os quadros reivindicados por repórteres do New York Times no livro-reportagem sobre os assédios do #MeToo (KANTOR; TWOHEY, 2019), com intuito de verificar se tais enquadramentos apresentam uma forma mais crítica e menos automática de entender o fenômeno da violência de gênero.


Palavras-chave


jornalismo; objetividade; feminismo; perspectiva de gênero; #MeToo

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