Um jornalismo sem raça? O inteligível e enlutável na cobertura da Folha de S.Paulo sobre a violência policial

Lucas Afonso Sepulveda

Resumo


Há um problema racial nos “modos de fazer” do jornalismo brasileiro? A partir de enunciados coletados na Folha de S.Paulo, em 2018, sobre assassinatos em confrontos policiais, em favelas no Rio de Janeiro e em São Paulo, tentamos evidenciar certas operações de poder, racialmente motivadas, que definem contornos de um corpo coletivo branco em contraposição a um corpo criminalizado – negro, favelado e nunca enlutado. A partir da construção de uma análise do enquadramento epistemológico, proposta por Judith Butler, tentamos questionar se a tradição jornalística brasileira, com aparência performativa de “imparcialidade” e “objetividade”, fornece as condições propícias para a produção de identificações com uma racionalidade narcísica branca, enquanto foraclui relações ético-políticas dolorosas, que envolvem raça, pobreza e violência.


Palavras-chave


ética; racismo; violência policial

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