Comunicação, esporte e gênero: uma análise das representações midiáticas de lutadoras do UFC

Resumo

Este artigo se insere no campo relações de gênero, mídia e esporte e objetivou responder: de que maneira atletas de MMA contratadas pelo Ultimate Fighter Championship (UFC) são midiaticamente representadas e em que medida e como essas representações sustentam ou transformam as relações de gênero estabelecidas dentro do universo da luta? Seu recorte foi a análise das reportagens sobre a luta UFC 190, no Rio de Janeiro, entre as lutadoras de MMA Bethe Correia e Ronda Rousey, ocorrida em 2015. Selecionamos como corpus 12 matérias de sites e canais do Grupo Globo – SporTV e Combate –, além de UOL Esporte, Jornal Contábil e Rolling Stone, e as submetemos a uma análise de conteúdo. Buscamos verificar que padrões de comportamento são demandados nesse esporte às lutadoras e quais os meios pelos quais elas são socialmente reconhecidas como atletas profissionais. A análise mostrou que as lutadoras são apresentadas de forma a instigar o desejo sexual, reproduzindo uma representação feminina objetificada, seguindo o padrão heteronormativo dominante.